quinta-feira, 9 de maio de 2013

O mito da calcinha bege



É clichêzão, mas é fato: a vida é feita de imprevistos. Às vezes você está à procura de alguma situação que não acontece, mas às vezes você não tá nem aí e de repente surge algo inesperado! Como este blog se trata de pirigueteação, eu não poderia estar falando de outra coisa, claro! 

É aí que eu gostaria de colocar a questão deste post: o mito da calcinha bege. Veja: você tá em casa de bob, uma amigue liga te chamando praquela roda de samba. Você tá de pijama vendo Net Flix, o bebeto tá colado no teu pescoço e você nem pensa em sair de casa. A amigue insiste, insiste, e você pensa “tudo bem, vou dar uma volta, de leve”. Inconscientemente, por uma força oculta da natureza, você pega aquela calcinha bege do fundo da gaveta. Você até cogita não coloca-la, mas pensa “vou só dar uma volta, não tem problema”. O bullying com a calcinha não faz sentido pra você. Então você toma um banho, põe a tal calcinha, se arruma e sai. 

Chegando no local, você pega uma cerveja e dá aquele bizú no terreno, normal. Mesmo quando não estamos afim de piriguetear, isso é um modus operandi da piriguete universal assumida. A amigue, quando te convida e insiste muito pra que você a acompanhe, geralmente tá afim de arrumar um prato. E você já vai de boa pra ficar de vela, certo? Estaria certo se o universo não fosse regido por Murphy. Sua amigue tá piscando, mas quem arrasa é você. Então eis que surge repentinamente um homem moreno, gato, alto, cheiroso e começa a flertar... COM VOCÊ!!! Como você não esperava nada, você fica perplexa porém feliz. Além de tudo, o cara ainda tem iniciativa. Aí ele chega, o papo flui bem, rola uma sintonia e... PEGOU! Po, pra quem tava vendo Net Flix de pijama você tá muito no lucro! Então você me pergunta: porque eu disse que seria perfeito se o mundo não fosse regido por Murphy? O cara te convida pra vocês dois ficarem mais a vontade em outro lugar. Imediatamente no frame seguinte você se dá conta de que você está usando aquela calcinha bege... 

Mas quero levantar uma questão aqui: seria a calcinha bege equivalente à celulite? Um homem que te convida pra casa dele deixaria de transar com você por causa de celulite? Sabemos que não. A celulite nada mais é do que um mecanismo que faz com que mulheres medíocres venham a competir umas com as outras. O homem, no fundo, não deve nem saber tecnicamente o que é celulite. Nessa mesma lógica, pensemos: um homem deixaria de transar com você por causa da calcinha bege? Bom, se ele realmente se importar com isso significa que a estética é mais importante do que o recheio. Se ele coloca a estética em primeiro plano, é o caso de desconfiar. Homens da nossa cultura não agem dessa forma. 

Calcinha bege: nada sexy, escusa, brochante. Mas sem calcinha, tudo fica melhor... pergunte ao cafuçu.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dúvida da leitora: Paro de vez ou insisto mais um pouco?




"Esta é a segunda vez que escrevo pra vocês, adorei o conselho passado e tô precisando de mais um agora! Na verdade já sei bem o que fazer, mas quero um help pra saber como sair por cima na delicada situação!Bom, eu perdi minha virgindade com um cabrinha aqui da minha rua (meu vizinho ¬¬') e ai como a maioria das mulheres meio que fiquei psicopata por ele e passei a ser o terror da vida dele! kkkkkk...

É o seguinte, na minha primeira vez eu e ele estávamos alcoolizados e acabamos brigando feio, ele me disse coisas terríveis tipo: "NÃO VOU NAMORAR COM VOCÊ PQ VOU SER TEU PRIMEIRO!", "EU NÃO PRESTO, UM DIA VOCÊ VAI ACHAR ALGUÉM QUE TE MEREÇA!", isso me dá náusea só de lembrar pq a burra aqui assim mesmo ainda deu, mesmo depois dele dizer isso. Eu não estava nem ai, meu desejo era louco. No dia seguinte chorei o dia todo e todo mundo da casa onde a gente tava de férias ficou sabendo que eu e ele tínhamos transado e que eu era virgem, foi um horror! Sei que voltamos de viagem e eu comecei a pegar no pé dele, fiquei paranoica, queria aquele homem de novo, mas ele não compareceu mais... E acabou "terminando" comigo! Fui atrás dele ainda pra conversar mas o infeliz disse que devido tanta briga tinha perdido o desejo por mim. PERDIDO O DESEJO POR MIM! Como assim? Era tão louco antes de eu dá pra ele. Detalhe que só transamos 3 vezes! Foi só mesmo dor que eu senti com ele, orgasmo que é bom nada! Filho de uma mãee, nem pra me fazer chegar lá não fez! Só sei que essa história já fez 1 ano! Parei de ir atrás dele e meio que tomei vergonha na cara! Maaaas... O pior é que sou muiiito amiga da família dele, madrinha de crisma da irmã dele, a mãe dele me adora, faz tudo por mim (ela não sabe que a gente já teve um lancinho, aliás, sabe mas se faz de doida). Então se afastar totalmente impossível! Logo porque moramos na mesma rua! Me afastei na medida do possível... Sei que ele agora participa de um grupo da igreja pq eu chamei e agora mesmo que estamos próximos! Esqueci mais dele, meu desejo diminuiu e muito nele também depois de ouvir ele dizer que não me deseja mais! Tenho muita consideração por ele, ele faz TUDO que eu peço! É um excelente amigo, porém, ele me olha de uma forma diferente e quer saber da minha vida como se ainda ficássemos! O olhar dele não nega que o desejo dele ainda existe sim! E é ai que quero saber... O que faço? Esqueço de uma vez ou dou umas investidas de vez em quando pra ele vir atrás de mim novamente? Pirigas eu sei que é nóia da minha cabeça mas não consigo dá pra ninguém porque imagino ele. É como se algo me ligasse a ele, talvez porque ele não terminou o serviço e meu subconsciente queira isso pra se livrar logo desse idiota! Quero outros, quero viver novas aventuras com outros mas essa fixação nele é horrível! Não desejo como antes mas quero viver até o fim isso! Me ajudeeeeem! O que faço? Como fazer ele vir atrás de mim visto que ele tem a cabeça de cimento... dura! Espero resposta! Beijos ;*"



Cara piriga, 

Desculpe a demora pra responder seu post, mas, mesmo que não sirva diretamente para essa situação, como dizem os professores "a sua dúvida é também a do coleguinha".

Na sua carta você diz que demorou um ano nesse rolo e só transou três vezes. Você enfatiza que não teve um orgasmo. Daí concluímos que você ainda não tem a dimensão do que é desejo. Esperemos que em breve esse probleminha seja solucionado. Mas não se assuste, isso acontece com todas as pirigas em início de carreira.

Na transa você relata também que sentiu dor e não gozou. É complicado mesmo, na primeira vez isso acontece com muita gente. Afinal nós mulheres não sabemos muito sobre o nosso corpo e sexo antes dos primeiros finalmentes. Também não dá para botar a culpa no cara e dizer que ele mandou malzão. Chegar ao orgasmo é uma tarefa dividida. Todo mundo tem que trabalhar em conjunto e isso depende de sintonia.

Aí a gente chega na parte bad. Parece que vocês não tiveram essa química. Você queria contos de fadas e ele mandou a real que não queria namoro. Você correu atrás dele, não verbalizou que queria compromisso mas ele sentiu o peso. Pense bem: para que você correu atrás de um cara que não tinha sintonia?

Ele disse que não presta. No decorrer da vida você vai ouvir mais vezes essas expressão de forma diferente. É uma questão de linguística. Eles usam essa para escapar de uma cilada. 

Outro ponto interessante é que você diz que todos sabiam que tu era virgem na tal festa de fim de ano. Como as pessoas sabiam? Elas poderiam deduzir que vocês transaram, mas isso era uma informação muito detalhada. Se você não é paranóica só tem uma resposta: ele contou. Mas também, porque isso seria uma coisa para se envergonhar? Todo mundo já foi virgem, até a Gretchen que casou mil vezes. Isso é perseguição de quem perdeu a virgindade e acha que está com um letreiro luminoso estampado na testa dizendo "perdi a virigindade".

O tempo todo você relata como se fosse uma tarefa árdua, quase impossível, se afastar dele. No entanto, você quem não quer e coloca empecilhos. Dane-se que você se dá bem com a família e é madrinha de crisma, batismo ou da Barbie da irmã dele. Quando é preciso sumir do mapa há como fazê-lo. Se você tem dados sobre a vida do cara é porque ainda tem algum contato com o cafuçu ou com gente que o conhece. Se alguém do seu lado começa a falar do cara você vai se afastar?

Esse papo de "faz tudo para mim" é meio vago. Faz tudo o que? Cuidado para não confundir educação com interesse. Quando você está fantasiando sobre o cara tudo parece mais lindo. Nessa o olhar também é uma coisa dúbia. Não tem como interpretar bem os interesses dele.

Para concluir, você está mais interessada em que ele corra atrás de você do que realmente ficar com ele. Aí entra outro ponto: o ego. O medo de ficar sozinha te leva a atitudes egoístas. Você está cismada por que ele foi o primeiro. Insistir para quê? O mundo está cheio de cafuçus.

Lembre-se: não era amor, era cilada.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sexo para ler: ensaio para uma libertação







Na sociedade de hoje nós podemos falar de sexo mais abertamente, podemos fazer mais sexo também. Isso tudo se deu por várias transformações históricas. Desde a queima dos sutiãs até os hippies dos anos 70, esse último muito ligados aos conceitos que balizam até o chamado poliamor: amor livre e sexo livre. Ninguém é de ninguém. É aquela coisa de “amo você e deixo você livre”. É tratar a pessoa que você ama como um ser humano mesmo, e não como objeto. É comum ouvirmos as expressões “ele é meu”, “você é minha”. Se você diz que perdeu um namorado, a pessoa talvez pergunte “mas foi você ou ele quem terminou?”. E se você diz “perdi um amigo”, a pessoa talvez fique chocada e pergunte “ele morreu de que?”. Tudo isso pra dizer que dentro da ideologia do amor romântico idealizamos a pessoa amada e, a partir da relação sexual, fazemos dela um objeto nosso. 

Nesse post, não pretendo dizer qual é a “verdade” sobre o sexo, nem nada do gênero. Estou aqui para dar dicas de leituras que são capazes de mexer com a nossa percepção do que é amor e do que é sexo. Algumas são lights, outras mais teóricas. Mas todas igualmente interessantes. Comecemos por uma light: 


1- Revista Trip – edição especial sobre diversidade sexual (n. 204 – outubro de 2011) 

http://revistatrip.uol.com.br/revista/204 

Subtítulo mais do que instigante: “Héteros, homos, bissexuais... por que essas definições nunca vão conseguir explicar nossa sexualidade?”. Lembro que fui a banca comprar e já tinha esgotado! Comprei uma segunda edição. E pra quem não tem, é possível comprá-la no site, pelo link aí em cima, ou apenas ler as matérias online. 

Nessa edição é possível ler matérias sobre um grupo de 7 pessoas, 2 homens e 5 mulheres, que vivem juntos e se amam. Não existem palavras para definir o que eles são: amantes, amigos, namorados. É uma relação tão fora dos padrões que não há como definir. Eles dão o nome de “amoreba”. 


2- A Cama na Varanda – Regina Navarro Lins 

Eu sempre falo desse livro para as pessoas que eu conheço, pois ele mudou a minha vida! Regina vai fundo na história da humanidade para mostrar como nasceram os conceitos de masculino e feminino e como isso influencia na nossa conduta moral e sexual até os dias de hoje. É como se ela fizesse um grande “histórico da repressão sexual”. Além disso, também baseado na História, ela faz um levantamento dos conceitos de Amor ao longo de todo esse tempo. Ela fala ainda sobre maternidade, questões psicológicas, etc. É um livro bem rico! Recomendo!!! 


3- A Revolução Sexual – Wilhem Reich 

Esse é mais teórico, mais punk. Confesso que li apenas uns pedaços. Regina Navarro Lins cita-o algumas vezes. 


É isso aí, meninas! As dicas estão aí. É difícil desvendar o mistério da sexualidade. Como diz o diretor de teatro Zé Celso Martinez Correa: “A sexualidade é uma coisa absolutamente desconhecida porque a igreja cometeu um dos maiores pecados do mundo ao criminalizar o sexo”. De fato, ninguém sabe o que é a sexualidade pura, sem estar pautada pela moral e pela culpa, em maior ou menor grau. O que podemos fazer é abrir cada vez a mente pra tomarmos mais consciência de quem somos, do nosso corpo e do que queremos. 


Para ler ouvindo “O Seu Amor – Gilberto Gil” 
http://www.youtube.com/watch?v=g6Rem4L2Xjk 

Boa leitura pra pirigas!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dar ou não dar o cu, eis a questão


Dar o cu é ainda uma questão pra muitas mulheres. Não por repressão nem por nenhuma razão metafísica. É que dar o cu dói, vamos combinar. Os gays dão o cu na boa porque eles não tem vagina pra dar. Portanto eles não tem opção. Ou dá o cu ou não dá nada!

Já as mulheres tem isso como uma questão. Algumas cedem ao parceiro devido à insistência dele. Outras porque sentem curiosidade, mas tem medo de sentir dor. E outras acabam dando porque sempre tiveram vontade, mas faltava só encontrar “o cara certo”. É quase como um segundo tabu: primeiro tem a virgindade, depois vem o cu. 

Anatomicamente, dar o cu é “errado”. Cu é um lugar de saída, não de entrada. Ele não foi feito para que coisas fossem introduzidas ali. Por outro lado, sabe-se que o cu tem terminações nervosas, gerando sensibilidade na região. Assim forma-se o dilema, porque dar o cu é gostoso... só que não! 

Homens com paus muito grandes não devem ser bacanas pra você começar a vida no sexo anal, né? Minha experiência nesse campo se deu com homens de paus médios. Sim, não vejo problemas em paus médios. É outra experiência. O pau médio te dá a possibilidades de coisas diferentes como por exemplo... DAR O CU! Não preciso ficar explicando, a questão é anatômica e ponto! Só uma dica: de ladinho, é beeeeem mais fácil! É a posição inicial ideal pra começar suas experiências.

O outro ponto é o cara em si. Se ele faz o tipo machão/pentada-violenta/sou-o-comedor, certamente ele não é o mais indicado pra iniciação. Ele não vai ter a paciência necessária pra coisa acontecer, a probabilidade de ele te machucar vai ser grande. Agora, se o cara é mais delicado, valoriza as preliminares, as chances de ele ir com calma é maior. O cara que valoriza as preliminares geralmente é o cara que se preocupa mais em dar prazer pra mulher do que mostrar pra mulher “olha como eu sou foda”. 

Um lubrificante é essencial nessas horas. Cu não tem lubrificação natural, portanto é necessário fabricar essa lubrificação. Não se acanhe, lambuze bastante! E se ele esiver te tocando ao mesmo tempo, aí a coisa fica sensacional! Porque é como se ele estivesse te masturbando, mas com um “elemento” a mais. 

Só não podemos esquecer duas coisas: usar sempre camisinha e fazer o que der vontade, mas por nós mesmas, nunca pra agradar os outros. 
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