domingo, 18 de novembro de 2012

Futebol e Piriguetchyação



É isso aí, meu povo! Ainda não acabou o Brasileirão 2012, mas já temos um campeão: Fluminense, mais conhecido como FlorminenC (homenagem ao maior tapete da história do futebol brasileiro: a subida da série C pulando a série B). Mas enfim, não vim aqui pra falar disso, e por incrível que pareça também não vim falar dos cafuçus dignos das Laranjeiras, tipo Fred ou Rafael Sóbis. Este post é uma analogia entre o panorama das nossas vidas e a vida dos nossos clubes de coração. Muitas vezes isso encaixa. Eu por exemplo, a Cineasta, sou vascaína. Não, não estou em segundo lugar em nada, nem vem! Mas é que o fim de ano do Vascão tá bem parecido com o meu: 2012 já acabou, já foi, já deu o que tinha que dar. Não tenho mais nada pra conquistar nessa temporada, assim como o Vasco. É a mesma vibe.

Mas você, cara leitora, deve estar se perguntando do que eu estou falando. É que quando o clube precisa reformular o time pra temporada seguinte, o que ele deve fazer? Contratar novos jogadores, ou não. O centroavante pode ser comparado com o prato do momento. O Fluzão campeão, por exemplo, tá bem de cafuçus de área. Fred bate um bolão, poderia bater lá em casa, inclusive. Mete vários gols, é o artilhheiro, não mete na trave, aproveita todas as oportunidades que aparecem. O Flu tá de boa, não tá precisando contratar ninguém. Assim como várias colegas estão de boa, não precisa se preocupar pra próxima temporada, é só manter o time que tá aí. Em time que tá ganhando não se mexe.

Enquanto isso, outros clubes/colegas tem que se preparar pra chamada janela de transferência, que é quando o mercado da bola/pirigueteação se abre e as ofertas aparecem. A tal janela, no futebol, abre em janeiro. Podemos dizer que a janela da pirigueteação se abre no carnaval. Há uma transferência eventual que pode ocorrer no reveillon. Você pode trocar de rabisco nessa data, mas a probabilidade maior é no carnaval mesmo, pois é quando o mercado está aberto para os “jogadores” estão em circulação, inclusive jogadores internacionais.

Há outra questão sobre a janela de transferência. Há o medo de quem está bem na temporada e que precisa manter a base do seu time. Nossa cara amiga aqui do Manual, Pateta, botafoguense desde a mais tenra idade, está vivendo essa situação: está na briga pela Libertadores, tem um time equilibrado. Precisa só trocar algumas peças. Mas durante a janela de transferência rola sempre o medo de todos quererem um Seedorf pra chamar de seu. Aí tem que ter aquele jogo de cintura pra manter seu centroavante em atividade, rendendo tudo o que pode, sem que ninguém queira tirá-lo de você. Pra isso, faça um contrato bem amarrado. Dê uma “chave” nele, se é que você me entende.

A amiga Pateta tem ainda outra preocupação: os jogadores da base. Ela, assim como o Fogão, vem investindo nas categorias de base. Bruno Mendes, da base do Guarani que foi dispensado, novo goleador do clube alvinegro, tá aí pra provar isso. Dá resultado. Os moleques não tem experiência, mas tem garra, vontade de jogar e principalmente fôlego. É sempre uma alternativa pro clube que precisa de um goleador.

Como eu disse no início, meu Vasco tá tipo eu. Os atacantes já não atacam, os goleadores já não fazem gols. Meus rabiscos já não comparecem com frequência, meus pratos já não giram. Com exceção do Juninho Pernambucano, que é um daqueles que todos querem pra chamar de seu também. Esse vale a pena. Não tem mais muito tempo de carreira, está prestes a se aposentar, mas ainda mete seus gols. É craque por excelência. Por mais que ele jogue por, no máximo, mais um ano, vale a pena. Essa é uma analogia que vale para rabiscos quarentões em geral. De qualquer forma, no meu caso, já tá na hora de planejar a próxima temporada, pensar em novas contratações, ficar de olho no mercado.

Cuidado com os rabiscos avulsos, do tipo mestre dos magos. Esses geralmente demandam investimento e acabam não correspondendo às expectativas. Sabe o Adriano no Flamengo? Então, é tipo isso. O cara falta a treino, vai pra balada e sequer joga. Não rola. Esse é o primeiro a ser vendido quando a janela se abre.

As colegas precisam também avaliar bem seus investimentos. Deveria ter um índice “risco-rabisco”, assim como o “risco-país”, que mede o grau de perigo para um investidor. Mas não tem. Nem no futebol tem. Então vale a observação e comparação. Você pode se supreender. Quer ver? Ronaldinho Gaúcho é feio, não tava jogando nada e foi jogar na cidade com maior número de bares do Brasil. Todo mundo tinha certeza que ia dar merda, só que não. Ele tá jogando muito e levou seu clube pra Libertadores, enquanto o Deco, do Flu, craque da seleção portuguesa, peidou e mais uma vez ganhou um título às custas do Fred, o cafuçu-artilheiro lá do início do post. Ou seja, todo investimento tem uma dose de risco.

O negócio é ficarmos atentas pro mercado da bola/pirigueteação. Afinal de contas, não estamos aqui pra ficar no zero a zero.

Obs.: esse post foi escrito a quatro mãos: Pateta e Cineasta, alvinegras camaradas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...