Resenha cinematográfica - E aí, comeu?

 
Se você é uma piriga, como eu, que gosta de ter amigos homens heteros com certeza já ouviu essa frase numa mesa de bar, ou na pausa pro café. O cara conta que saiu com uma moça e já vem um coleguinha com esse questionamento. "E aí, comeu?", é também, não por acaso, o nome de um filme brasileiro adaptado por Lusa Silvestre de um texto de Marcelo Rubens Paiva. O longa, dirigido por Felipe Joffily, e estrelado por Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira e Emílio Orciollo Netto, conta as histórias de amor de três amigos de infância que se encontram diariamente em um bar.

Fernando (Bruno Mazzeo) é um arquiteto que foi deixado pela mulher, Vitória (Tainá Muller), e acaba se encantando pela ascedente a piriga, a adolescente Gabi (Laura Neiva); Honório (Marcos Palmeira) é um cafuçu jornalista e mini machista, casado com Leila (Dira Paes), que suspeita que a esposa esteja pulando a cerca porque quase toda noite ela o deixa com as filhas para sair; e Fonsinho (Emilio Orciollo Netto) é um solteirão do naipe galinha, que se diz escritor, mas nunca conseguiu terminar seu livro, e acaba se apaixonando pela prostituta Alana (Juliana Schalch).

Nas conversas no Bar Harmonia, eles teorizam sobre relacionamentos, contam histórias e, óbvio, muita vantagem. Um garçom, igualzinho a Seu Jorge, serve o chope que calibra as conversas. O filme não tem frescurinha, eles falam como homens normais falam. Isso quer dizer palavrões e muita putaria para definir o que eles ACREDITAM que deve ser feito para conquistar a mulherada. A questão é que, apesar de eles se sentirem "os bonzões", estão na mão das mulheres e sofrem com isso.

Teve garota que ficou constrangida e saiu dizendo que o filme era cheio de baixaria. Sinceramente eu achei divertido, apesar de algumas tiradas meio machistas. Mas é engraçado ver essa ironia de eles acharem que sabem a receita para "dominar" uma mulher, mas não aplicam o próprio dever de casa.

A verdade é que eu acho que devia ter um "E aí, comeu?" com as pirigas para esses machos aprenderem o que realmente dá certo com a gente.

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